O mercado de colchões brasileiro enfrenta um cenário desafiador em 2024, marcado pela pressão de custos crescentes e pela redução dos preços ao consumidor. Dados do IPCA (IBGE) divulgados nesta semana revelam uma deflação de -2,22% em novembro e uma variação de 0,03% nos últimos 12 meses. Entretanto, os custos operacionais continuam em alta, especialmente em insumos e logística. Essa conjuntura tem levado os fabricantes a reavaliar suas estratégias de precificação de maneira individual. Caso essas condições persistam, o IPCA do setor poderá apresentar mudanças nos próximos meses.
Relatórios da Abicol e dados do Banco de Tabelas Estatísticas SIDRA IBGE apontam que, apesar de uma leve recuperação de +4,05% na produção de abril em relação a 2023, o acumulado de 2024 ainda é -3,02% inferior ao mesmo período do ano passado. Esse movimento impõe pressão sobre as indústrias, que precisam ajustar suas estratégias de produção e gestão de custos.
O aumento do número de fábricas também chama atenção. De 2022 para 2024, o Brasil passou de 297 para 339 fábricas. Embora o crescimento do setor seja um sinal de vitalidade, ele também pode aumentar a competição e pressionar os preços, principalmente em cenários de demanda mais fraca.
Por outro lado, o crescimento no número de empresas no setor pode impactar a capacidade produtiva instalada, ocasionando um possível aumento na ociosidade das fábricas. Esse cenário pode levar algumas empresas a enfrentarem desafios para se manterem competitivas. Nesse contexto, nem todas optam por investir em processos eficientes, o que pode resultar na oferta de colchões de menor qualidade, colocando em risco a segurança e a satisfação dos consumidores, além de afetar a imagem do mercado como um todo.
Nesse contexto, a vigilância de mercado assume um papel estratégico, garantindo que os produtos atendam aos padrões obrigatórios de qualidade e conformidade. Essa supervisão se torna ainda mais relevante diante da combinação de custos crescentes e preços decrescentes, o que pode gerar preocupações em relação à prática de condutas que possam prejudicar os consumidores e criar um ambiente de concorrência desigual para as fábricas que atuam em conformidade com as normas regulatórias.
Embora o Observatório do Colchão continue monitorando a conformidade dos produtos, é fundamental que os consumidores estejam atentos à procedência do colchão e à presença do Selo de Identificação de Conformidade do Inmetro. Além disso, é indispensável exigir a nota fiscal em todas as compras, pois, além de ser um direito do consumidor e uma obrigação legal, ela serve como comprovante e garante a segurança e a credibilidade da transação.
Para enfrentar o contexto desafiador, a Abicol destaca aos fabricantes a importância da eficiência produtiva, redução de desperdícios e inovação. Manter a competitividade em um mercado de custos altos e preços baixos exige agilidade nas decisões e uma gestão eficaz dos recursos
Vol. 10 – Edição 117 – 12/12/2024