Informe Abicol 008 – Brasil lidera em testes de desempenho na indústria de colchões 


O Brasil é o único país no mundo onde os colchões devem passar por uma série de testes obrigatórios e rigorosos para serem comercializados em território nacional. 

No mundo, a indústria de colchões do Brasil é a mais rigorosamente regulada em termos de qualidade e segurança. Diferentemente de outros países, o Brasil exige que todos os colchões, tanto de molas quanto de espuma, sejam submetidos a testes obrigatórios para garantir que atendam aos requisitos mínimos de desempenho e segurança antes de serem produzidos e comercializados em território nacional.

Esse processo de certificação, que culmina com o Selo de Identificação da Conformidade do Inmetro, coloca os colchões brasileiros entre os mais verificados do mundo, conferindo uma vantagem única em termos de confiabilidade e controle de desempenho. Os testes envolvem avaliações detalhadas de durabilidade, resistência, conforto, segurança e desempenho.

A obrigatoriedade desses testes não apenas garante que o produto final seja adequado para o uso diário, mas também assegura que os consumidores tenham acesso a produtos que realmente entreguem o que está especificado na etiqueta, confirmada pelo Selo do Inmetro. O selo informa ao consumidor que aquele produto — no caso, o colchão — passou por um processo rigoroso de avaliação de desempenho e atendeu a todos os requisitos estabelecidos pelas normas brasileiras. 

Atualmente, os fabricantes de colchões estão submetidos a dois regulamentos para obter o Selo de Identificação da conformidade: Portaria INMETRO/ME nº 35, de 05/02/2021 – que aprova o Regulamento Técnico da Qualidade e os Requisitos de Avaliação da Conformidade para Colchões e Colchonetes de Espuma Flexível de Poliuretano e Portaria INMETRO/ME nº 75, de 04/02/2021 – que aprova o Regulamento Técnico da Qualidade de Colchões de Mola e os Requisitos de Avaliação da Conformidade para Colchões de Molas. O processo de certificação compulsória de colchões já possui mais de uma década. 

“É importante reconhecer o esforço das empresas brasileiras em se adequar a esse processo de certificação. Para obter o selo do Inmetro, as empresas devem investir em testes e processos de controle de desempenho que garantem que seus produtos atendam, pelo menos, ao mínimo aceitável determinado pelas portarias do Inmetro. Esse investimento representa não apenas um custo, mas também um compromisso com a confiança do consumidor. O selo do Inmetro é uma evidência de que a empresa se preocupa com o desempenho dos colchões que oferece ao mercado e, acima de tudo, que respeita as normas e regulamentações exigidas pelo mercado brasileiro”, destaca Adriana Pierini, diretora executiva da ABICOL (Associação Brasileira da Indústria de Colchões). 

Ainda assim, é importante admitir que existem empresas — a menor parte delas, salienta-se — que insistem em driblar as normas, tanto não submetendo seus colchões aos testes obrigatórios e trabalhando no risco de serem pegos em uma fiscalização, quanto ostentando selo de identificação da conformidade sem autorização, valendo-se do hábito do mercado de não confirmar a veracidade dos selos.  

O Observatório do Colchão surgiu justamente com o objetivo de defender os consumidores dessas empresas que colocam produtos irregulares no mercado e de reduzir a incidência de práticas anticompetitivas entre concorrentes. Entre suas mantenedoras está a ABICOL. O propósito do Observatório é oferecer apoio, dar visibilidade aos resultados dos testes de vigilância realizados nos colchões adquiridos no mercado e auxiliar os órgãos oficiais de fiscalização com evidências de não conformidade. Assim, a vigilância pode ser realizada de forma mais assertiva, e as medidas necessárias são adotadas para garantir que o fabricante se adeque e retire os produtos não conformes do mercado. 

Na atualidade, o Observatório do Colchão orienta as fábricas sobre a importância do cumprimento das normas e também encaminha ao Inmetro evidências de colchões irregulares que permanecem em não conformidade, mesmo após a devida orientação. Algumas empresas assumem o risco de continuar vendendo produtos fora dos padrões, apostando na ausência de consequências. Felizmente, a maioria das fabricantes segue as normas, mas é importante manter uma vigilância ativa, pois o investimento na certificação impacta o custo do colchão, e é disso que as empresas irregulares tentam escapar, concorrendo de forma desleal. 

Lamentavelmente, como ocorre em diversos setores, ainda existem empresas que tentam driblar as regras e comercializar colchões irregulares, sem a devida certificação. No entanto, essas empresas são minoria, e é importante que o consumidor saiba como identificar os colchões que passaram por todos os testes obrigatórios. Através da plataforma do Inmetro, é possível consultar facilmente se um colchão está devidamente certificado e se está em conformidade com as exigências legais. No site do Observatório do Colchão, é possível acompanhar os colchões que foram testados pelo Observatório e também acessar os resultados. 

Verificar a conformidade dos colchões é fundamental, pois são bens de uso íntimo e diário, essenciais para a qualidade do sono e para a saúde do corpo. Um colchão não conforme pode oferecer riscos ao consumidor, como falta de suporte adequado para a coluna, presença de substâncias químicas prejudiciais à saúde e, em casos mais graves, problemas respiratórios e dermatológicos. Portanto, é imprescindível que os consumidores se atentem à procedência do produto, preferindo sempre colchões que possuam o selo do Inmetro, que garante que o item foi testado e aprovado para comercialização. 

O custo da qualidade 

Ao observar a grande diversidade de preços de colchões disponíveis no mercado, é comum que o consumidor se pergunte por que alguns modelos são significativamente mais baratos que outros. Vale lembrar que o processo de certificação, que envolve a realização de testes em laboratórios especializados, não é barato. Portanto, se o preço de um colchão parecer muito abaixo da média, é essencial ficar atento. Colchões fabricados sem a devida certificação ou com preços muito inferiores aos dos concorrentes podem não ter sido submetidos aos testes obrigatórios e, consequentemente, não atender às normas de segurança e desempenho exigidas. 

Conclusão: a decisão de comprar um colchão 

O colchão é um bem de consumo durável e de uso diário, fundamental para garantir uma boa qualidade de vida e saúde. Por isso, ao escolher um colchão, é imprescindível que o consumidor verifique se ele possui o Selo de Identificação da Conformidade do Inmetro. Esse selo não é apenas uma formalidade, mas uma garantia de que o colchão foi testado e está em conformidade com os rigorosos padrões exigidos pelas autoridades brasileiras. 

O Brasil, ao determinar testes obrigatórios para colchões e ao ter o Inmetro à frente da fiscalização, garante que seus produtos sejam os mais verificados do mundo em termos de desempenho. Reconhecer o esforço das empresas brasileiras, que investem em qualidade e certificação, é fundamental. E, como consumidores conscientes, devemos estar sempre atentos às ofertas, desconfiando de preços muito baixos ou muito altos e confirmando a conformidade dos produtos antes da compra. Afinal, o desempenho e o conforto do colchão devem ser tratados com a seriedade que exigem. 

Na plataforma do INMETRO de produtos e serviços com conformidade avaliada, os números do setor de colchões são os seguintes: 

26.940 modelos de colchões de espuma e suas variações com conformidade avaliada 
31.237 modelos de colchões de molas e suas variações com conformidade avaliada 
3.629 certificados de identificação da conformidade ativos para colchões de espuma e suas variações 
1.010 certificados de identificação da conformidade ativos para colchões de molas e suas variações 
342 empresas fabricantes e importadoras de colchões de espuma com conformidade avaliada 
280 empresas fabricantes e importadoras de colchões de molas com conformidade avaliada 
 
Fonte: http://www.inmetro.gov.br/prodcert/ 
 

Principais testes realizados nos colchões no processo de certificação da conformidade para obtenção do Selo de Identificação da Conformidade do Inmetro: 

 
Análise de etiqueta – Portaria INMETRO 35/21 e Portaria 75/21: As etiquetas têm a função principal de informar o consumidor sobre a composição do produto e guiar a manutenção para garantir durabilidade. Elas também asseguram uma concorrência leal entre as indústrias, incluindo informações como razão social e CNPJ, garantindo a legalidade do produto.  
 
Densidade – Densidade – NBR 8537:Essa norma estabelece o método para determinação da densidade aparente de espumas flexíveis de poliuretano. Para isso, a massa (peso da amostra) é dividida pelo volume, com o resultado expresso em kg/m³.    
 
DPC – Deformação Permanente – NBR 8797: Essa norma estabelece o método para determinação da deformação permanente à compressão de espumas flexíveis de poliuretano. O ensaio consiste na medição da diferença entre as espessuras inicial e final de um corpo de prova de espuma flexível. Comprimida a 50% ou 90%, à temperatura de 70° em uma estufa com circulação forçada durante 22h.  
  
Durabilidade horizontal – EAN 1725:1998: A EAN 1725:1998: avaliar a durabilidade horizontal em colchões é garantir que o colchão mantenha sua forma e suporte uniforme ao longo do tempo, mesmo com o uso contínuo. Esse teste verifica se o colchão pode suportar o peso e os movimentos do usuário sem deformar-se ou perder suas propriedades de conforto e suporte1. Isso é crucial para proporcionar uma noite de sono de qualidade e prevenir problemas de saúde relacionados a má postura durante o sono.
 
Durabilidade vertical – EAN 1725:1998: Garantir que o colchão mantenha sua resistência estrutural e suporte adequado ao longo do tempo, mesmo quando submetido a pressões repetitivas verticais, como quando alguém se senta ou deita no colchão repetidamente. Esse teste ajuda a verificar se o colchão pode suportar o peso e a pressão sem perder suas propriedades de conforto, sem deformar-se e sem comprometer a qualidade do sono do usuário.  
 
Fadiga dinâmica – Fadiga dinâmica – NBR 9177: Essa norma estabelece o método para determinação de perda em espessura e também força de indentação de espumas flexíveis de poliuretano, simulando as perdas ocorridas sob condições reais de uso. Funciona assim: colocamos a amostra no fadigômetro, equipamento que comprime a espuma a 70%, fazendo um total de 80 mil ciclos. Em seguida, a amostra descansa por até 30 minutos.   
 
Flexibilidade do Material Isolante – Garanta que o molejo seja isolado da estrutura superior, evitando que a espuma da camada de conforto seja perfurada com a utilização diária do produto ao longo de sua vida útil.   
 
Impacto – EAN 1725:1998: Avaliar a resistência e durabilidade do colchão quando submetido a forças externas, como quedas ou impactos. Esse ensaio simula condições de uso real para garantir que o colchão possa suportar essas situações sem comprometer sua estrutura, conforto ou segurança.  
Indentação – Força de Indentação – NBR 9176: Essa norma estabelece o método para determinação de força necessária para se produzir uma compressão pré-fixada sobre uma amostra de espuma flexível de poliuretano, aplicada sobre uma área especificada.    
 
Requisitos de instruções de uso – Portaria INMETRO 35/21 e Portaria 75/21: Garantir que os consumidores possam utilizar os produtos de maneira correta e segura. Estas instruções fornecem orientações detalhadas sobre como operar, manusear, montar, limpar e armazenar o produto, além de alertar sobre possíveis riscos e precauções a serem tomadas. Isso ajuda a prevenir acidentes, aumentar a vida útil do produto, e assegurar que ele seja utilizado de acordo com as especificações do fabricante, evitando mau uso ou danos.  
 
Requisitos de marcações e informações obrigatórias no produto e na embalagem – Portaria INMETRO 35/21 e Portaria 75/21: Avaliar os requisitos de marcações e informações obrigatórias no produto e na embalagem é garantir que os consumidores recebam informações claras e precisas sobre o produto que estão adquirindo. Isso inclui detalhes como composição, procedência, prazo de validade, instruções de uso e conservação, e riscos à saúde e segurança.  
 
Rolagem – ABNT NBR 15413:1:2013: O teste de rolagem em colchões de molas é avaliar a durabilidade e a resistência do colchão ao uso contínuo. Durante o teste, um rolo com uma carga específica é movido repetidamente sobre a superfície do colchão para simular o desgaste que ele sofrerá ao longo do tempo2. Esse ensaio ajuda a garantir que o colchão mantenha suas propriedades e conforto mesmo após muitos anos de uso.  
 
Teor de cinzas – Teor de cinzas – NBR 14961: Essa norma especifica um método para determinação do teor de cinzas em espumas flexíveis de poliuretano. É um teste no qual é verificado se há produtos inorgânicos na composição da espuma no qual é realizada a queima da espuma e, posteriormente, a incineração dos resíduos da queima em uma mufla a 550 °C. O percentual aceitável é de até 1%.    
 
Verificação de cascas  – Portaria INMETRO 35/21 e Portaria 75/21: Garantir que os colchões atendam aos requisitos de qualidade e segurança estabelecidos por órgãos reguladores, como o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Esses ensaios visam assegurar que os colchões fabricados não      
 
Verificação de colagens – Portaria INMETRO 35/21 e Portaria 75/21: Garantir que os colchões atendam aos requisitos de qualidade e segurança estabelecidos por órgãos reguladores, como o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Esse ensaio visa assegurar que os colchões fabricados utilizem o número de lâminas de uma mesma densidade esteja em conformidade com as normas técnicas. 
 

Vol. 11 – Edição 008 – 04/02/2025