Nesta terça-feira, 17 de setembro, representantes de entidades ligadas à indústria de transformação participaram de uma audiência com a Casa Civil, em Brasília, para discutir a possível elevação das tarifas sobre insumos químicos. A reunião, realizada de forma híbrida, presencial no Palácio do Planalto e online, contou com a presença de diversas entidades do setor, incluindo a Abicol (Associação Brasileira da Indústria de Colchões), que foi representada virtualmente pelo conselheiro Rodrigo de Melo e pela diretora executiva Adriana Pierini.
O encontro teve como foco a análise das consequências do pedido à Camex para aumento das taxas de importação de uma série de insumos químicos, por meio da Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec). Participaram da audiência representantes da Secretaria-Executiva da Casa Civil, o secretário-executivo adjunto Pedro Pontual, o assessor especial Carlos Antonio Lopes de Araújo e o secretário-adjunto da Secretaria Especial de Análise Governamental, Gustavo Cupertino.
A iniciativa para a realização da audiência foi um esforço conjunto de várias entidades representativas do setor industrial, que têm trabalhado em grupo para defender seus interesses diante das possíveis mudanças tarifárias, as quais podem ter um impacto significativo no custo de produção de diversas indústrias de transformação.
Essa articulação das entidades busca evitar que o aumento tarifário prejudique a competitividade dos setores que representam e a economia nacional, especialmente diante da dependência da importação de insumos químicos essenciais para a cadeia produtiva.
Durante a reunião com a Casa Civil, o conselheiro Rodrigo de Melo destacou a gravidade do impacto que o aumento das tarifas sobre insumos químicos pode causar na indústria de colchões. Ele lembrou aos presentes que entregou pessoalmente ao vice-presidente Geraldo Alckmin, durante o I Encontro Mundial da Indústria de Colchões, o “Manifesto Contra o Tarifaço de Insumos Químicos”, que foi assinado por diversas entidades representativas.
Rodrigo analisou que o setor, que é manufatureiro e intensivo em mão de obra, será fortemente prejudicado, com o risco de perda de milhares de empregos diretos e indiretos. Ele explicou que o aumento dos custos dos insumos colocaria a indústria brasileira em desvantagem em relação a concorrentes estrangeiros, como os países do Mercosul e a China, que poderiam ganhar espaço expressivo no mercado nacional de colchões. Além disso, o impacto seria ainda mais devastador para as pequenas indústrias colchoeiras, que correm o risco de fechar.
Rodrigo reforçou também que a generalidade dos NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul) dos insumos afetados pelo possível aumento tarifário pode encarecer produtos que dependem da importação e que a indústria química local não consegue suprir, gerando um impacto profundo no mercado nacional. Ele concluiu ressaltando que a potencial perda de empregos será expressiva, destacando que, ao proteger a indústria química, haverá um efeito adverso severo na ponta da cadeia produtiva, comprometendo o equilíbrio de toda a indústria brasileira de transformação.
Relembre o caso:
Indústria química quer aumento das alíquotas de importação para 76 produtos
Abicol e mais 15 entidades publicam manifesto contra o tarifaço de insumos químicos. 
Abicol entrega manifesto a Geraldo Alckmin contra o tarifaço de insumos químicos. 
Reunião com Geraldo Alckmin discute tarifaço de insumos químicos. 
Abicol participa de reunião com entidades setoriais para alinhar ações contra elevação de tarifas de insumos químicos. 

 

Vol. 10 – Edição 093 – 17/09/2024